As lendas urbanas são relatos que passam de boca em boca, de geração para geração pela própria população. Ocorrem geralmente nas cidades, daí o termo “Lendas Urbanas”. Algumas ficaram famosas na história e muitas delas realmente aconteceram...
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quarta-feira, 27 de abril de 2011
A Lenda da Fundação de Roma
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Lenda Da Cobra Grande (Brasil)
É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazónico.
Conta a lenda que numa tribo indígena da Amazónia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz duas crianças gémeas que na verdade eram Cobras. Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato e uma menina, chamada de Maria.
Para ficar livre dos filhos, a mãe atirou as duas crianças ao rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era bom mas a sua irmã era muito perversa, prejudicava os outros animais e também as pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, nas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana, transformando-se num belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue, mas ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Este deixou de ser cobra d'água para viver na terra com a sua família.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Lenda Da Moura Da ponte De Chaves (Chaves - Vila Real)
Depois da retoma de Chaves pelos Mouros, em 1129, ficou alcaide do castelo um guerreiro que tinha um filho que adorava, de seu nome Abed, e uma sobrinha. Por vontade do alcaide, ambos ficaram noivos. A bela jovem não recusara Abed, pois os mouros poucos eram ali e nenhum lhe despertara paixão.
Uns anos depois, os cristãos do jovem reino de Portugal iniciaram a conquista da região de Chaves, tendo mesmo atacado a cidade. À frente do exército português estavam os cavaleiros Rui e Garcia Lopes, irmãos de D. Afonso Henriques. O alcaide e seu filho encabeçaram a resistência moura e a defesa do castelo. Mas a população da cidade, perante os ataques cristãos, começou a fugir da cidade desesperadamente. Era grande a confusão entre guerreiros e fugitivos. Impassível àquelas correrias, mantinha-se a sobrinha do alcaide. A vida pouco lhe dizia, desde que ficara órfã devido à guerra. Entretanto, o alcaide e o filho lutavam tenazmente, embora sem sucesso.
Numa dessas ocasiões, enquanto apreciava os combates, a moura fixou os olhos num belo jovem guerreiro cristão que ganhava com os seus homens cada vez mais posições no castelo. No mesmo instante, o guerreiro parou a ofensiva. Dirigindo-se a ela, interpelou-a acerca da sua presença ali. O que fazia uma tão bela mulher num triste espectáculo daqueles? Respondeu a jovem que queria perceber a guerra, coisa que o cristão lhe disse ser só para homens que na guerra jogam a vida. Retorquiu a moura que o mesmo faziam as mulheres, dando-lhe o exemplo da sua orfandade devido à guerra. O cristão lamentou o facto e quis saber se ela estava só. Quando a moura respondeu que vivia com o tio, alcaide do castelo, o guerreiro mandou levá-la imediatamente para o seu acampamento. A luta prosseguiu, entretanto.
O castelo acabou por ser tomado e oferecido pelos Lopes a D. Afonso Henriques. Contudo, a jovem moura manteve-se refém dos cristãos que não a trocaram por cativos mouros. Passou a viver com o cavaleiro que a raptara, num ambiente de felicidade.
Abed, conhecedor da situação, nunca lhes perdoou. Depois de restabelecido de um ferimento de guerra, voltou a Chaves, disfarçado de mendigo. E como não conseguisse acercar-se da sua apaixonada, um dia esperou-a na ponte. Pediu-lhe esmola. A jovem estendeu a mão para o pedinte e, nesse momento, algo de fatídico aconteceu. Olhando-a nos olhos, Abed disse-lhe:
- Para sempre ficarás encantada sob o terceiro arco desta ponte. Só o amor dum cavaleiro cristão, não aquele que te levou, poderá salvar-te. Mas esse cavaleiro nunca virá!
Ouviu-se um grito de mulher. A jovem tinha reconhecido Abed. Contudo, como por magia, a moura desapareceu para sempre. Abed fugiu de seguida. Só as damas cristãs que a acompanhavam testemunharam o sucedido.
Desesperado, o guerreiro cristão que com ela vivia tudo fez para a encontrar. Procurou incessantemente na ponte e até pagou para que lhe trouxessem Abed vivo para quebrar o encanto. Mas a moura encantada da ponte de Chaves nunca mais apareceu e o cristão morreu numa profunda dor e saudade, ao fim de alguns anos.
Ora, diz o povo, que certa noite de S. João, cheia de luar, pela ponte passou um cavaleiro cristão. Ouviu, surpreso, murmúrios. Não viu ninguém, mas ouviu uma voz de mulher pedindo ajuda e que lhe disse docemente:
- Estou aqui em baixo, na ponte, sob o terceiro arco.
Estranhou a situação. Procurou sob o dito arco; no entanto, continuava sem ver a moura. Ouviu outra vez a moura que agora lhe dizia estar "encantada" e lhe pedia que descesse e a beijasse para a salvar. Mas o cavaleiro hesitou. Tocou no crucifixo que ao peito trazia e recordou-se dos contos que a mãe que lhe costumava contar sobre as desgraças de cavaleiros entregues aos feitiços de mouras encantadas. Perante estes pensamentos, olhou para o cavalo, montou-o e partiu, jurando nunca mais ali passar à meia-noite.
Assim, a moura da ponte de Chaves ali ficou para sempre encantada. E nas noites de S. João, conta o povo, ouvem-se os seus lamentos como castigo do amor que tivera por um cristão.
Lenda Do Senhor de Matosinhos (Matosinhos)
A Lenda De Viana (Viana Do Castelo)
Há muito, muito tempo, na margem direita do rio Lima, erguia-se uma pequena povoação que tinha o nome de Átrio ou Adro. As pessoas que aqui habitavam construíam barcos, fabricavam redes e ensinavam as filhas e as mulheres a consertá-las…
Para além de pescarem no rio também se aventuravam no alto mar, apesar de muitas vezes serem surpreendidos pelo mau tempo, tornando-se difícil vencer a impetuosidade das ondas. De lá traziam carapaus, congros, pescadas, sardinhas, fanecas e muitos outros peixes, com que se alimentavam e vendiam no mercado.
Quando o mar se alterava e não permitia a pesca, tinham o rio. E Aqui pescavam enguias, solhas, trutas, tainhas, lampreias, sáveis e salmões, conforme as épocas.
Para além disso tinham as terras para desbravar, delas colhiam as hortaliças, batatas, cenouras, tomates, frutas e outras tantas coisas, mas não estavam vocacionados para as tarefas desta natureza. A horta era como um recurso de última hora. Preferiam comprar ou trocar por peixe. Dizemos que, naquele tempo, vinham os de Castro e traziam caça; os de Figueiredo e Santa Maria da Vinha (hoje Areosa), carvão e sacos de farinha; os da Meadela e de Darque, legumes, feijão, cebolas, hortaliças, e frutas de vária espécie, bem como carnes de porco, ovo e galináceos. Por altura da Páscoa, desciam da serra da Arga os queijeiros e os vendedores de cabritos, anhos, presuntos e salpicões.
Esta povoação ia crescendo de dia para dia. Novas casas se iam erguendo, principalmente em redor da matriz, onde todos se reuniam, quer nas cerimónias religiosas quer em dias festivos. E era bonita a vista que dali se desfrutava com o rio ao fundo, onde os barcos de vela subiam em direcção à nascente ou desciam em direcção ao mar.
Por essa altura, ali vivia uma linda rapariga que havia sido baptizada com o nome de Ana. Essa linda rapariga, um dia, apaixonou-se por um moço da outra margem, que por sinal era barqueiro.
A paixão destes dois jovens era tal que bem lhes apetecia estarem longas horas juntos. Mas, tal como acontece nos tempos de hoje, nem sempre isso era possível. Por isso, o jovem barqueiro, sempre que encontrava alguém conhecido, perguntava:
- Viste Ana?
E a resposta não se fazia esperar.
- Sim, vi Ana no castelo.
No castelo porque era o local onde ela, juntamente com a sua família, residia.
Assim, e porque se repetia por diversas vezes a força de expressão “Vi Ana”, em breve surgiria o nome VIANA, para designar a terra onde ela habitava.
Segundo a lenda, teria sido assim que surgiu o nome de Viana do Castelo para designar a então Átrio ou Adro.