Numa rede que uns pescadores recolhiam, ia andado o século XIII da Era de Cristo, apareceu uma imagem de Nossa Senhora. Tal aparição criou burburinho nas redondezas e do espanto das gentes a ser chamada à imagem “Nossa Senhora do Lago”, foi um instante.
Para agasalhar a imagem da Virgem,ergueu-se-lhe uma Capela na margem direita do rio, de onde passou a proteger os viajantes que piamente rumavam a Norte, ao túmulo do Santo de Compostela. Também para abrigo destes peregrinos se edificou na mesma margem do rio uma hospedaria, onde era possível descansar uma noite, depois de com sucesso ter atravessado o Cávado, na Barca do Lago.
Conta a tradição que, depois do aparecimento da Virgem, passaram os barqueiros do Cávado, neste local, e por agradecimento à protecção que da Senhora recebiam, a não cobrar passagem a quem fosse. Havia barqueiros de ambos os lados, sempre prontos ao pedido dos peregrinos ou dos passantes. Diz a tradição oral que se “passava por Deus”, sob a protecção da Virgem.
Mas os barqueiros da Barca do Lago viviam como os outros homens, e haviam de se alimentar, e manter a Barca... por isso os povos das freguesias em redor estipularam pagamentos, em alimentos, em madeira e em outros bens, para sustento dos ditos barqueiros e manutenção da Barca.
Havia também a festa, no início de Agosto. E toda a festa tem comer e tem beber... em redor da ermida da Senhora do Lago, o ajuntamento era grande e a merenda compartida entre todos.
São tradições comunais, como outras que povoam o nosso Norte, mas com a especial diferença de dirigirem o seu bem a estranhos, a passantes, a quem não pertence ao “povo” da região. Hoje já não pode atravessar o Cávado na Barca do Lago... mas pode ainda, destas margens magníficas aproveitar a natureza num dos seus melhores recantos.
a lenda esta incompleta
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